terça-feira, 27 de agosto de 2013

IV CONFERÊNCIA NACIONAL INFANTO JUVENIL PELO MEIO AMBIENTE

 

 


Como fazer uma escola sustentável (REVISTA NOVA ESCOLA)
Atitudes como combater o desperdício e consumir de forma consciente são bons caminhos para a preservação da natureza
Quando o assunto é trabalhar meio ambiente e fazer da escola um espaço sustentável, é comum achar que isso implica em reformas na estrutura física do prédio e altos investimentos. Não é bem assim. O fundamental é permitir que os alunos incorporem ao cotidiano atitudes voltadas à preservação dos recursos naturais.
"As crianças precisam iniciar esse processo desde cedo. Não basta falar e ensinar apenas com livros", diz Lucia Legan, autora do livro A Escola Sustentável, pedagoga e diretora do Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado (Ecocentro Ipec), em Pirenópolis, a 120 quilômetros de Goiânia. Também não adianta fazer um projeto de combate ao desperdício da água e deixar torneiras vazando e mangueiras abertas no jardim da escola.
Ser ecologicamente sustentável significa apostar num desenvolvimento que não desrespeite o planeta no presente e satisfaça as necessidades humanas sem comprometer o futuro da Terra e das próximas gerações. Tal postura se enquadra no conceito de permacultura, criado em 1970 e segundo o qual o homem deve se integrar permanentemente à dinâmica da natureza, retirando o que precisa e devolvendo o que ela requer para seguir viva. Parece complicado, mas pode ser posto em prática com ações simples, como não desperdiçar água, cultivar áreas verdes e preferir produtos recicláveis (saiba como implantar essas e outras medidas neste projeto).
Sabe-se que, em pequena escala, tais procedimentos não revertem os danos causados ao meio ambiente, porém têm grande impacto na rotina escolar. "Temos consciência de que as iniciativas da escola são fundamentais para promover a conscientização dos alunos, os futuros adultos que tomarão conta do planeta", afirma Neide Nogueira, coordenadora do programa de Educação Ambiental do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo.

Alfabetização ecológica: um projeto que mobiliza toda a equipe
A Educação Ambiental é um dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), do Ministério da Educação (MEC). Ela garante que os alunos aprendam a tomar decisões sustentáveis, num processo chamado de ecoalfabetização. "A sustentabilidade se apoia no cuidado com as pessoas, a Terra e os recursos naturais. Esses eixos estão na escola e cabe ao diretor mobilizar a comunidade em torno deles", diz Sueli Furlan, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.
Os gestores podem iniciar o processo, envolvendo funcionários e famílias do entorno. As faxineiras, por exemplo, devem atentar ao descarte de lixo e produtos de limpeza e ao bom uso de água e energia. Já aos professores fica a tarefa de discutir as várias questões ambientais com os conteúdos das disciplinas. "Tudo isso passa à comunidade a mensagem de que a escola se preocupa com a Terra", afirma Neide.
Foi nessa mobilização que investiu a diretora Iolanda José Naves, da EE Comendador Joaquim Alves, em Pirenópolis, com a ajuda do Ecocentro Ipec. Os alunos estudaram o assunto e, em seguida, fizeram desenhos sobre como gostariam que a escola fosse em termos ambientais. Surgiram elementos como coletores de chuva, ainda não implantados, e a ampliação das áreas verdes, aspiração já concretizada.
Hoje, 600 alunos do 6º ao 9º ano cuidam do descarte de resíduos, mantendo uma composteira com a ajuda dos professores, e do cultivo de árvores, participando de projetos de reflorestamento do entorno. Também auxiliam a equipe a separar o papel que será encaminhado para a reciclagem e combatem o desperdício de comida, água e energia.
Transformar valores e atitudes cotidianas requer cuidado especial por parte da gestão. É um erro comum, por exemplo, tocar no assunto apenas em datas comemorativas. Campanhas de reciclagem também devem ser vistas com bastante cautela, pois promovem concursos que premiam quem mais reúne garrafas PET ou latas de alumínio - longe de ser uma atitude sustentável, elas acabam promovendo o consumo desnecessário. "A criança não deve separar o lixo para vencer uma aposta, mas por ser essa uma postura essencial para o meio ambiente", afirma Neide. Outras ações nada eficazes são ensinar apenas com palestras e projetos tão complicados que acabam sendo abandonados.
A questão ambiental é um assunto cada vez mais em pauta na sociedade e ela pode estar integrada às práticas cotidianas de uma escola. Ser ecologicamente sustentável significa apostar numa forma de desenvolvimento que não prejudique o planeta no presente e satisfaça às reais necessidades humanas das próximas gerações. Tal postura se enquadra em outro conceito, o de permacultura, criado em 1970. Segundo ele, o homem deve se integrar permanentemente à dinâmica da natureza, retirando do meio que o circunda apenas o que precisa e devolvendo o que ela própria requer para continuar viva.
Para implantar e manter essa postura dentro da escola, é preciso igualar o discurso à prática. Não adianta falar em classe sobre o combate ao desperdício de água e lavar o pátio com mangueiras ou debater fontes de energia renováveis e manter luzes acesas em locais banhados por luz natural.
Antes de abraçar atitudes sustentáveis, os alunos fizeram desenhos e maquetes de argila sobre como gostariam que a escola fosse em termos ambientais. Surgiram ideias que ainda não foram aplicadas, como coletores de chuva, mas também aspirações que já foram concretizadas com sucesso, como a ampliação das áreas verdes. Os alunos de 6º a 9º ano participaram ativamente da elaboração do projeto e da implantação da nova praça da escola, que tem até um banco de terra prensada - onde eles, de comum acordo, decidiram colocar um tabuleiro de damas.
Hoje, faz parte da rotina desses alunos auxiliar professores e funcionários a cuidar de uma horta, manter uma composteira de resíduos orgânicos e cultivar árvores. Iolanda enfatiza a importância de gestos pequenos, porém eficientes, ao contar que não tem estrutura para a captação de energia solar ou eólica, mas isso não impede que todos aprendam sobre energias renováveis. "E todos ficam atentos à questão do desperdício, mantendo luzes desligadas sempre que há a iluminação natural disponível", diz.
Quando o assunto é aplicar ações sustentáveis na escola, um erro comum é tocar no assunto apenas em datas comemorativas. Campanhas de reciclagem também devem ser vistas com cautela, pois promo­ver concursos que premiam quem mais reúne garrafas PET e latas de alumínio, longe de ser uma atitude sustentável, promove o consumo desnecessário. Além disso, ações desse tipo estimulam a criança a separar o lixo só para vencer uma prova e não pelo motivo verdadeiro, que é a preservação do meio em que vive. Outras ações nada eficazes são passar o conhecimento apenas com conselhos ou projetos tão complicados que acabam abandonados.

Objetivos
- Geral Implantar práticas sustentáveis na escola.
- Para a direção, a coordenação pedagógica, os professores e os funcionários Identificar e promover atitudes sustentáveis no coletivo e, individualmente, agir coerentemente com elas.
- Para os alunos Desenvolver atitudes diárias de respeito ao ambiente e à sustentabilidade, apoiadas nos conteúdos trabalhados em sala de aula.
- Para a comunidade do entorno Ampliar o interesse por projetos ambientais e se integrar em sua organização e implantação.

Conteúdos de Gestão Escolar
- Administrativo Levantamento da demanda dos recursos naturais que entram na escola (água, energia, materiais e alimentos), dos resíduos e da situação estrutural do edifício (instalações elétricas e hidráulicas).
- Comunidade Envolvimento na questão ambiental, com construção de novas práticas e valores e a realização de interferências na paisagem.
- Aprendizagem Desenvolvimento de habilidades que contemplem a preocupação ambiental nos âmbitos de energia, água, resíduos e biodiversidade.


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