quarta-feira, 14 de maio de 2014

ATPC - 12/5/2014

ATPC 12/5/2014
O olhar do professor – Rubem Alves
Walt Whitman conta o que sentiu quando, menino, foi para a escola: Ao começar os meus estudos, agradou-me tanto o passo inicial, a simples consciencialização dos fatos, as formas, o poder do movimento, o menor inseto ou animal, os sentidos, o dom de ver, o amor – o passo inicial, torno a dizer, assustou-me tanto, agradou-me tanto, que não foi fácil para mim passar e não foi fácil seguir adiante, pois eu teria querido ficar ali a vaguear o tempo todo, cantando aquilo em cânticos extasiados.
Nietzsche disse que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É a primeira tarefa porque é através dos olhos que as crianças, pela primeira vez, tomam contacto com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm que ser educados para que a nossa alegria aumente. Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação, didática – mas, por mais que me esforce não me consigo lembrar qualquer referência à educação do olhar, ou à importância do olhar na educação. Por isso, lhe digo: Professor: trate de prestar atenção ao seu olhar. Ele é mais importante que os seus planos de aula. O olhar tem o poder de despertar ou, pelo contrário, de intimidar a inteligência. O seu olhar tem um poder mágico!
O olhar de um professor tem o poder de fazer a inteligência de uma criança florescer ou murchar. Ela continua lá, mas recusa-se a partir para a aventura de aprender. A criança de olhar amedrontado e vazio, de olhar distraído e perdido. Ela não aprende. Os psicólogos apressam-se em diagnosticar alguma perturbação cognitiva. Chamam os pais. Aconselham-nos a mandá-la para uma terapia. Pode até ser. Mas outra hipótese tem que ser levantada: que a inteligência dessa criança – que parece incapaz de aprender –, tenha sido petrificada pelo olhar do professor.
Por isso lhe digo, professor: cuide dos seus olhos…
Rubem Alves - Gaiolas ou Asas - A arte do vôo ou a busca da alegria de aprender
Porto, Edições Asa, 2004 - (excertos adaptados)

OBJETIVOS: Analisar o trabalho realizado e a realizar neste segundo bimestre; Empreender o uso de tecnologia em sala de aula; Evidenciar o crescimento no processo ensinoaprendizagem de nossos alunos; Facilitar o trabalho de Gestão de sala de aula; Elaborar um trabalho interdisciplinar para o processo de avaliação; Focalizar o assunto do momento – Copa do Mundo; Fornecer materiais necessários aos professores para o trabalho em sala de aula.

TEXTO PARA LEITURA e REFLEXÃO – CARO PROFESSOR – RUBEM ALVES
Caro professor: compreendo a sua situação. Foi contratado para ensinar uma disciplina e ganha para isso. A escolha do programa não foi sua. Foi imposta. Veio de cima. Talvez tenha ideias diferentes. Mas isso é irrelevante. Tem de ensinar o que lhe foi ordenado. Será julgado pelos resultados do seu ensino – e disso depende o seu emprego. A avaliação do seu trabalho faz-se por meio da avaliação do desempenho dos seus alunos. Se, de uma forma sistemática, os seus alunos não aprenderem, é porque não tem competência.
O processo de avaliação dos alunos é curioso. Imagine uma pessoa que conheça uma série de ferramentas, a forma como são feitas, a forma como funcionam – mas não saiba para que servem. Os saberes que se ensinam nas escolas são ferramentas. Frequentemente os alunos dominam abstratamente os saberes, sem, entretanto conhecerem a sua relação com a vida. Como aconteceu com aquela assistente de bordo a quem perguntei o nome de um rio perto de Londrina, no norte do Paraná. Ela respondeu-me: Acho que é o São Francisco. Apanhei um susto. Pensei que tinha apanhado o vôo errado e que estava a chegar ao norte de Minas… Garanto que, numa prova, a rapariga responderia certo. No mapa saberia onde se encontra São Francisco. Mas não aprendera a relação entre o símbolo e a realidade.
É possível que os alunos acumulem montanhas de conhecimentos que os levarão a passar nos exames, sem saber para que servem. Como acontece com os “vasos comunicantes” que qualquer pedreiro sabe para que servem sem, entretanto, conhecerem o seu nome. O pedreiro seria reprovado na avaliação escolar, mas construiria a casa no nível certo. Mas você não é culpado. Você é contratado para ensinar a disciplina. Cada professor ensina uma disciplina diferente: Física, Química, Matemática, Geografia, etc. Isso é parte da tendência que dominou o desenvolvimento da ciência: especialização, fragmentação. A ciência não conhece o todo, conhece as partes. Essa tendência teve consequências para a prática da medicina: o corpo como uma máquina formada por partes isoladas. Mas o corpo não é uma máquina formada por partes isoladas.
Às vezes, as escolas fazem-me lembrar o Vaticano. O Vaticano, 400 anos depois, penitenciou-se sobre Galileu e está prestes a fazer as pazes com Darwin. Os currículos, só agora, muito depois da hora, estão a começar a falar de “interdisciplinaridade”. “Interdisciplinaridade” é isto: uma maçã é, ao mesmo tempo, uma realidade matemática, física, química, biológica, alimentar, estética, cultural, mitológica, econômica, geográfica, erótica… Mas o fato é que você é o professor de uma disciplina específica. Ano após ano, hora após hora, ensina aquela disciplina. Mas, como ser de dever, tem de fazer de forma competente aquilo que lhe foi ordenado. A fim de sobreviver, faz o que deve fazer para passar na avaliação. A disciplina é o deus a quem você e os alunos se devem submeter. O pressuposto desse procedimento é que o saber é sempre uma coisa boa e que, mais cedo ou mais tarde, fará sentido. São sobretudo os adolescentes que, movidos pela inteligência da contestação, perguntam sobre o sentido daquilo que têm de aprender. Mas frequentemente os professores não sabem dar respostas convincentes. Para quê aprender o uso dessa ferramenta complicadíssima se não sei para que serve e não vou usá-la? A única resposta é: Tens de aprender porque sai no exame – resposta que não convence por não ser inteligente mas simplesmente autoritária.
O que está pressuposto, nos nossos currículos, é que o saber é sempre bom. Isso talvez seja abstratamente verdade. Mas, nesse caso, teríamos de aprender tudo o que há para ser aprendido – o que é tarefa impossível. Quem acumula muito saber só prova um ponto: que é um idiota de memória boa. Não faz sentido aprender a arte de escalar montanhas nos desertos, nem a arte de fazer iglus nos trópicos. Abstratamente, todos os saberes podem ser úteis. Mas, na vida, a utilidade dos saberes subordina-se às exigências práticas do viver. Como diz Cecília Meireles: O mar é longo, a vida é curta. Eu penso a educação ao contrário. Não começo com os saberes. Começo com a criança. Não julgo as crianças em função dos saberes. Julgo os saberes em função das crianças. É isso que distingue um educador. Os educadores olham primeiro para o aluno e depois para as disciplinas a serem ensinadas. Os educadores não estão ao serviço de saberes. Estão ao serviço de seres humanos – crianças, adultos, velhos. Dizia Nietzsche: Aquele que é um mestre, realmente um mestre, leva as coisas a sério – inclusive ele mesmo – somente em relação aos seus alunos. (Nietzsche, Além do bem e do mal).
Eu penso por meio de metáforas. As minhas ideias nascem da poesia. Descobri que o que penso sobre a educação está resumido num verso célebre de Fernando Pessoa: Navegar é preciso. Viver não é preciso. Navegação é ciência, conhecimento rigoroso. Para navegar, são necessários barcos. E os barcos fazem-se com ciência, física, números, técnica. A própria navegação se faz com ciência: mapas, bússolas, coordenadas, meteorologia. Para a ciência da navegação é necessária a inteligência instrumental, que decifra o segredo dos meios. Barcos, remos, velas e bússolas são meios. Já o viver não é coisa precisa. Nunca se sabe ao certo. A vida não se faz com ciência. Faz-se com sapiência. É possível ter a ciência da construção de barcos e, ao mesmo tempo, o terror de navegar. A ciência da navegação não nos dá o fascínio dos mares e os sonhos de portos aonde chegar. Conheço um erudito que tudo sabe sobre filosofia, sem que a filosofia jamais tenha tocado a sua pele. A arte de viver não se faz com a inteligência instrumental. Ela faz-se com a inteligência amorosa.
A palavra amor tornou-se maldita entre os educadores que pensam a educação como ciência dos meios, ao lado de barcos, remos, velas e bússolas. Envergonham-se de que a educação seja coisa do amor-piegas. Mas o amor – Platão, Nietzsche e Freud sabiam-no – nada tem de piegas. O amor marca o impreciso círculo de prazer que liga o corpo aos objetos. Sem o amor tudo nos seria indiferente – inclusive a ciência. Não teríamos sentido de direção, não teríamos prioridades. A inteligência instrumental precisa de ser educada. Parte da educação é ensinar a pensar. Mas essa educação, sendo necessária, não é suficiente. Os meios não bastam para nos trazer prazer e alegria – que são o sentido da vida. Para isso é preciso que a sensibilidade seja educada. Fernando Pessoa fala, então, na educação da sensibilidade.
Educação da sensibilidade: Marx, nos Manuscritos de 1844, dizia que a tarefa da História, até então, tinha sido a de educar os sentidos: aprender os prazeres dos olhos, dos ouvidos, do nariz, da boca, da pele, do pensamento (Ah! O prazer da leitura!). Se fôssemos animais, isso não seria necessário. Mas somos seres da cultura: inventamos objetos de prazer que não se encontram na natureza: a música, a pintura, a culinária, a arquitetura, os perfumes, os toques. No corpo de cada aluno encontram-se, adormecidos, os sentidos. Como na história da Bela Adormecida… É preciso despertá-los, para que a sua capacidade de sentir prazer e alegria no aprender se expanda.
Rubem Alves - Gaiolas ou Asas - A arte do vôo ou a busca da alegria de aprender.
Porto, Edições Asa, 2004 (excertos adaptados)
A SEMANA
12/5/2014 – HOMENAGEM ÀS MAMÃES – 10h
13/5/2014 – PROJETO – “Lugares de aprender” – Alunos visitam o Parque Estadual de Cunha – Saída 07h
14/5/2014 – 6ª aula – FINAL DO CAMPEONATO DE FUTSAL
16/5/2014 – GAROTA “MURILLO DO AMARAL” – 09h

Ser Mãe não é apenas carregar no ventre, por alguns meses, um óvulo fecundado! Ser mãe não é somente passar pela dor cruciante de trazer um filho ao mundo! Ser mãe não é simplesmente dar o alimento, vestir e cuidar do físico e dos estudos! Ser mãe não é embonecar uma criança, fazendo dela um enfeite, um “bibelô”! Ser mãe é muito mais do que isso! Ser mãe é dividir o que se tem, sempre priorizando os filhos; Ser mãe é cuidar, amar, amar e amar! Ser mãe é depender da graça de Deus dia após dia, hora após hora, minuto após minuto; Ser mãe é estar na dependência total do Deus Maravilhoso que não falta nunca, que sempre nos protege e nos ampara; Ser mãe é se sentir abençoado por ter recebido do Senhor o privilégio de tomar conta de um pequeno ser; Ser mãe é ver o seu amor imperfeito comparado ao perfeito amor do grande Deus. Ser mãe é envelhecer sorrindo; Mesmo na solidão do ninho que ficou vazio; Porque sabe que cumpriu a sua parte; E o que faltou, o Pai celeste completará; Pois dele vem a promessa: “Não temas, pois Eu estou contigo em todo momento”. Ser mãe é ser feliz somente por ser mãe!

INFORMANDO
Jovens do Ensino Médio podem se inscrever para PARLAMENTO JOVEM até 23 de maio - Pode participar: alunos entre 16 e 22 anos que cursem a 2ª ou 3ª série do Ensino Médio. O evento, que ocorre entre 21 e 26 de setembro, vai reunir 78 estudantes de todos os estados. Podem se inscrever alunos entre 16 e 22 anos que estejam matriculados e frequentando regularmente a 2ª ou 3ª série do Ensino Médio em escolas públicas ou particulares.
O programa permite aos alunos vivenciar o processo democrático por meio da participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados. Segundo o responsável estadual pelo Parlamento Jovem Brasileiro, Sérgio Luiz Damiati, o programa oferece ao jovem a oportunidade de crescimento pessoal e coletivo, e possibilita a discussão e apresentação de propostas e soluções para os problemas brasileiros.
Como participar - Os estudantes devem elaborar um projeto de lei nas áreas de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, Agricultura e Meio Ambiente, Economia, Emprego e Defesa do Consumidor e Saúde e Segurança Pública. Após a conclusão do projeto, os alunos devem preencher a ficha de inscrição e anexar à ficha o projeto de lei, cópia do documento de identidade, cópia do CPF e declaração de matrícula. No site da Câmara dos Deputados, o aluno pode preencher a ficha de inscrição e conferir explicações sobre a elaboração do projeto de lei. O material completo deve ser entregue na escola do aluno para então ser encaminhado à diretoria de ensino. A seleção dos projetos será feita pela Secretaria da Educação, que se encarregará de enviar os 44 projetos selecionados para Brasília. Em Brasília será feito um novo processo seletivo para a escolha de 11 projetos.  Os alunos escolhidos ficarão uma semana na cidade acompanhando o projeto de lei de sua autoria, que passará por todos os tramites necessários até se tornar lei.


SECRETARIA DIGITAL – INICIAR OS LANÇAMENTS!!!

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